sexta-feira, 14 de março de 2008

CTB - Bahia nasce como a maior central sindical do estado

O sindicalismo baiano viverá um novo momento a partir de hoje, quando acontece o encontro de fundação da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) seção Bahia, no Centro de Convenções, a partir das 9h. A expectativa é de que o evento reúna cerca de 750 delegados, representando mais de 300 entidades, o que a tornará a maior central sindical em atividade no estado, a que terá maior representatividade e números de sindicatos filiados.

Os participantes do encontro discutirão a conjuntura nacional e estadual, plano de lutas, a campanha pela redução da jornada sem redução de salários; reforma agrária e agricultura familiar, além da estruturação e organização da CTB. Serão eleitos e empossados ainda os dirigentes estaduais e o Conselho Fiscal. De acordo com Aurino Pedreira, da direção nacional da CTB, “a central está trabalhando para manter a representatividade mínima de 40% de mulheres na diretoria. A força feminina é muito importante para a CTB. Deixamos isto evidente, quando necessitamos reduzir o número de secretarias, mas não abrimos mão da Secretaria de Gênero”, concluiu.

O evento coroa o trabalho desenvolvido pelos sindicalistas classistas e deverá servir como marco histórico para as lutas e resistências dos movimentos sociais locais. Para Adilson Araújo, da coordenação estadual, escolhido no congresso de fundação da entidade, “não vai faltar disposição para enfrentar novos desafios, entre os quais, a maior integração dos trabalhadores da cidade e do campo na defesa de um novo projeto de desenvolvimento nacional, com distribuição da riqueza e geração de emprego e renda”.

A central já nasce forte no estado. Desde o anúncio de sua criação, em setembro, vários dos sindicatos mais representativos do estado já se integraram CTB, entre ele o Sindicato dos Bancários da Bahia, o Sindicato dos Comerciários, dos Médicos, dos Trabalhadores da Construção Civil, dos Metalúrgicos, dos Portuários, dos Químicos e Petroquímicos, além da Associação dos Professores Licenciados da Bahia (APLB). A expectativa é de que passe de 300 o número de entidades filiadas no dia da fundação da CTB no estado.

Unicidade sindical - A CTB nasce com um compromisso importante, unir a luta dos trabalhadores. “A unicidade do movimento sindical brasileiro é um fator indispensável para fazer frente à ofensiva neoliberal que predomina no Brasil e avançar na luta por um projeto de desenvolvimento nacional, pavimentado na democracia e na valorização do trabalhador”, explica o vereador Everaldo Augusto.

A primeira proposta concreta no sentido da integração das centrais sindicais é a construção da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat). O evento debaterá questões relacionadas ao mundo do trabalho e elegerá uma coordenação para dar encaminhamento a reivindicações comuns como a redução da jornada sem redução do salário, o salário mínimo nos parâmetros do Dieese, defesa de direitos, projeto de desenvolvimento, entre outros.

Desde a sua fundação, em dezembro de 2007, a CTB vem atuando em todas as mobilizações do movimento social do país. Participou, por exemplo, da caravana que foi à Brasília em fevereiro cobrar agilidade da Câmara na votação dos projetos que regulamentam as centrais sindicais e trata da redução da jornada de trabalho. As reivindicações dos trabalhadores contou com o apoio do deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) que apresentou diversos projetos para garantir a manutenção e ampliação dos direitos trabalhistas. “Temos que ficar atentos a todas as manobras do empresariado e seus lobistas contra os interesses dos trabalhadores”, concluiu. Atualmente o deputado tem se empenhado na aprovação do projeto que regulamenta as centrais sindicais.

De Salvador, Eliane Costa

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Charge de Sinfrônio para o Diário do Nordeste