Jorge Barbosa de Jesus*
Segundo o jornal A Tarde edição do dia 11 de maio, a cobrança de pedágio nas rodovias da Bahia está confirmada em cinco estradas. Nas estaduais BA-093, BA-415 e BA-526, além da BR-324 e BR-116. A estratégia do governo é assumir a sua incompetência em administrar o patrimônio público e passar a gestão das rodovias a empresas privadas.
O processo de licitação nas rodovias baianas caminha para o final. A estimativa do governo é que, no começo de 2008, as mudanças entrem em vigor. Nas federais, o Ministério do Planejamento aprovou as mudanças, mas não há previsão para publicar editais de concorrência.
O único sindicato patronal que se manifestou abertamente contra esse absurdo foi o SETCONTÊINERES-Sindicato das Empresas de Contêineres da Bahia, que declarou através do seu presidente, Celso Amorim: “isso não seria preciso se o governo aplicasse nas estradas toda a arrecadação da CIDE (Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico, cobrada em todos os produtos de petróleo e seus derivados) e dos licenciamentos de veículos, que devem ser destinadas ao financiamento de infra-estrutura de transporte, programas ambientais relacionados à indústria do petróleo e gás natural e subsídios nos preços de combustíveis”.
O único trecho da BA-415 em que será cobrado o famigerado pedágio será o situado entre Itabuna e Ilhéus, hoje uma verdadeira avenida ligando as duas principais cidades da Região e que trará um grande impacto, pois todos os produtos que trafegam pela rodovia sofrerão majoração. Já passou da hora dos agentes políticos das duas cidades e dos demais municípios circunvizinhos se manifestarem contra esse abuso, um verdadeiro desrespeito com o povo grapiúna. Vamos organizar um grande movimento com a participação dos prefeitos, vereadores, deputados, sindicatos e entidades estudantis com o objetivo de barrar a privatização da Ilhéus/Itabuna. Ao mesmo tempo aos populações dos outros municípios envolvidos nas privatizações devem fazer o mesmo.
O que a rodovia Ilhéus/Itabuna necessita é de um recapeamento de boa qualidade, da recuperação da sinalização e de um plano paisagista para evitar que as construções desordenadas e sem nenhuma disciplina a transforme em um “favelão”.
O que a rodovia Ilhéus/Itabuna necessita é de um recapeamento de boa qualidade, da recuperação da sinalização e de um plano paisagista para evitar que as construções desordenadas e sem nenhuma disciplina a transforme em um “favelão”.
É uma grande incoerência os governos Wagner e Lula enveredarem neste caminho, uma vez que a tese da privatização foi derrotada na última eleição e temos certeza que, se os candidatos Paulo Souto ou Jaques Wagner tivesse declarado a intenção de privatizar as rodovias, o outro teria utilizado tal argumento como peça acusatória. O povo baiano e brasileiro não agüenta mais tanta incompetência e tantos impostos, taxas, contribuição de melhorias e pedágios para infernizar o seu orçamento!
*presidente do Sindicato dos Bancários de Itabuna e Região