quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Prefeito quer usar verba federal para facilitar entrega da Emasa


Cai por terra o que seria o mais forte argumento do prefeito de Itabuna, Fernando Gomes, para justificar a concessão da Empresa Municipal de Água e Saneamento Ambiental. Segundo o que o chefe do Executivo apregoava, a transferência da Emasa à iniciativa privada permitiria investimentos na melhoria do sistema de abastecimento de Itabuna. Porém, mesmo depois que o Governo Federal anunciou a liberação de R$ 36 milhões para ampliar a oferta de água no município, com recursos do PAC, o prefeito insiste na idéia de desfazer-se da Emasa.

A intenção está clara em publicidade inserida no site oficial do governo e foi novamente manifestada esta semana, quando a Prefeitura convocou audiência pública para discutir a concessão. Mais uma vez, a reação à proposta deverá ser forte, principalmente com a mobilização da bancada oposicionista na Câmara de Vereadores.

O vereador Luís Sena (PCdoB) acusa o prefeito de não estar “de forma alguma interessado em melhorar o sistema de abastecimento de água”. O desejo de FG, na opinião do parlamentar, é “pura e simplesmente tirar a Emasa do patrimônio do povo de Itabuna e, o que é pior, usando dinheiro público para tornar a empresa mais atrativa ao capital privado”. Para Sena, “esse é mais um escândalo da já tão tumultuada gestão do prefeito Fernando Gomes”.

Juntamente com os demais integrantes do bloco de oposição, Sena promete reagir. “Vamos nos mobilizar na Câmara e iniciaremos uma ampla articulação também junto aos setores da sociedade civil organizada”, afirma. No primeiro semestre, o legislativo revogou uma lei que respaldava o processo de concessão do sistema de abastecimento, o que se constitui em outro impeditivo aos propósitos do governo municipal.

A partir da resistência que está sendo montada na Câmara, será mobilizado o Comitê de Defesa da Emasa e encaminhado documento ao Governo Federal. Para o vereador do PCdoB, é necessário não somente preservar o patrimônio público, mas também evitar que milhões de reais da União sejam usados para “azeitar” uma empresa e depois entregá-la ao capital particular.

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Charge de Sinfrônio para o Diário do Nordeste