sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Sintratec completa 8 anos de luta contra a exploração capitalista

Seduzidas por isenções fiscais e a certeza da desorganização dos trabalhadores na região, fábricas de tecidos e calçados como Trifil, Penalty e Kildare, dentre outras, se instalaram em Itabuna e região no final da década de 1990. A lógica capitalista mostrava seu cartão de visitas com a exploração da mão de obra barata (algumas fábricas, como a Penalty de Itajuípe, funcionavam como cooperativa e os funcionários não chegavam a receber um salário mínimo), precarização das condições de trabalho (na Kildare era comum o acúmulo de funções: trabalhadoras eram obrigadas a fazer faxina na fábrica após a produção e a Penalty não oferecia vale transporte), humilhação (revista íntima na Trifil) e alta rotatividade (poucos permaneciam mais de três meses empregados).

Fundado principalmente por operários e operárias da Trifil e Kildare em 16 de dezembro de 1999, o Sindicato dos Trabalhadores Têxteis e Calçadistas do Sul e Extremo Sul da Bahia nasceu para fazer frente ao capital. Sua história de determinação e luta já foi destaque na revista Debate Sindical.

Ao longo desses oito anos, muitas batalhas foram travadas. Em 2002, os operários e operárias da Penalty paralisaram suas atividades por 24 horas exigindo melhores condições de trabalho. Em 2004, uma histórica greve de três dia na Trifil marcou a campanha salarial daquele ano e a história do movimento sindical na região para sempre.

Em 2007, mais de três mil trabalhadores e trabalhadoras, capitaneados pelo Sintratec e sua assessoria jurídica, entraram na justiça contra a Trifil porque a indústria promovia a humilhante revista íntima e não cumpria uma hora de intervalo, como prevê a lei. Somando as duas ações, cada trabalhor(a) receberá em média R$ 3.700,00, causando um prejuízo a Trifil na ordem de, aproximadamente, 8 milhões de reais.
Rosineide Cairo, presidente do Sindicato resume a luta dos operários e operárias da região na seguinte frase: “A luta da categoria contra o capital é o grande motor que nos impulsiona e nos dá força para enfrentar essa lógica perversa e excludente, que é a lógica capitalista”.

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Charge de Sinfrônio para o Diário do Nordeste