Por Ricardo Carvalho*
Ouvindo as respectivas bases, os sindicatos adeptos da concepção sindical da Corrente Sindical Classista (CSC) - que não compactua com o sindicalismo de resultados -, levaram seu protesto para as conferências estaduais e a nacional contra a maneira da organização das campanhas passadas, principalmente no que se referia à mesa unificada. Enfrentando a oposição da Artsind (Articulação Sindical), corrente hegemônica dentro da CUT e do movimento sindical bancário, detentora de sete membros no Comando Nacional dos Bancários, num total de 11 (os restantes são militantes da CSC, DS, ou seja, somente 4), a proposta de mesa única foi modificada, na Conferência Nacional, por uma campanha salarial articulada, onde a proposta global dos índices econômicos (reajuste, PLR) mais a conquista de outro direito para a categoria (enfim a 13ª Cesta Alimentação), fosse garantida junto à FENABAN para todos os bancos, sejam públicos ou privados. As demais especificidades (PCS, PCC, Isonomia Salarial, etc.) seriam objetos de negociações em separados, banco por banco. E assim aconteceram e ainda estão acontecendo, vide as situações da Caixa e do Banco do Nordeste.
Ouvindo as respectivas bases, os sindicatos adeptos da concepção sindical da Corrente Sindical Classista (CSC) - que não compactua com o sindicalismo de resultados -, levaram seu protesto para as conferências estaduais e a nacional contra a maneira da organização das campanhas passadas, principalmente no que se referia à mesa unificada. Enfrentando a oposição da Artsind (Articulação Sindical), corrente hegemônica dentro da CUT e do movimento sindical bancário, detentora de sete membros no Comando Nacional dos Bancários, num total de 11 (os restantes são militantes da CSC, DS, ou seja, somente 4), a proposta de mesa única foi modificada, na Conferência Nacional, por uma campanha salarial articulada, onde a proposta global dos índices econômicos (reajuste, PLR) mais a conquista de outro direito para a categoria (enfim a 13ª Cesta Alimentação), fosse garantida junto à FENABAN para todos os bancos, sejam públicos ou privados. As demais especificidades (PCS, PCC, Isonomia Salarial, etc.) seriam objetos de negociações em separados, banco por banco. E assim aconteceram e ainda estão acontecendo, vide as situações da Caixa e do Banco do Nordeste.
No último dia 03/10, os bancários do Banco do Brasil puderam acompanhar atentamente a proposta apresentada pelo banco que não cabe aqui transcrevê-la e logo pela manhã já estavam ávidos para tomar conhecimento da avaliação do Comando Nacional, que por sua vez só anunciou a defesa da proposta a tarde. Neste sentido, os bancários do BB só estariam por dentro da decisão do Comando Nacional quando da realização das assembléias, no começo da noite daquele dia.
Na assembléia da base dos bancários de Itabuna, no qual tive participação direta compondo a mesa, um grupo de colegas do BB já estava com a decisão tomada de não aceitação da proposta do banco, e assim o fizeram, votando contrariamente à recomendação do Comando. A discussão ficou mais acalorada por uma pequena, mas séria confusão: a de que o Sindicato dos Bancários de Itabuna estaria fazendo coro com a esdrúxula posição do Comando Nacional, leia-se a Articulação Sindical (que, aliás, tem representantes no movimento sindical aqui em Itabuna, no governo da Bahia e um adepto famoso, o presidente Lula).
O Sindicato dos Bancários de Itabuna tem a mesma posição da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, do Sindicato dos Bancários da Bahia e de outras entidades do país afora, que comungam com a concepção sindical da CSC, de luta de classes na qual entende que o Capital jamais cederá uma vírgula sequer para o Trabalho a não ser que os trabalhadores lutem para conseguir seus objetivos. O Sindicato dos Bancários de Itabuna não fugiu à luta em nenhum momento, cumprindo todo o calendário da campanha de participações no encontro regional em Ilhéus no mês de junho, no estadual, em Salvador (21 de abril), nas conferências estaduais (junho) e nacional (julho), além dos congressos do BNB, Caixa e do Banco do Brasil (aliás, com exceção do BNB, grandes dificuldades são encontradas na Caixa Econômica e Banco do Brasil, para que colegas participem desses fóruns importantes na construção da campanha salarial).
Realizamos com muita disposição inúmeras manifestações nos dias estratégicos, em frente aos bancos privados (várias no Bradesco), contra o pacote de maldades do BB que foi apresentado pela direção neoliberal (que precisamos derrotá-la) do banco neste período; participamos do Dia Nacional de Luta no ABN/Real pela manutenção do emprego, quando da negociação da venda deste banco para o Santander, além de utilizar de um instrumento, aliás, diga-se de passagem, que pouquíssimas entidades sindicais disponibilizam para seus associados, o boletim diário, com visitas diárias dos diretores do Sindicato, também vale a pena frisar, levando a informação do andamento não só da campanha salarial, mas de outros assuntos de interesse da categoria bancária, além também de realizar todo o trâmite legal da campanha.
Nesse sentido, a entidade sindical, sem tergiversar, primou pela responsabilidade em democratizar todas as informações inerentes à campanha salarial deste ano, além de tomar as decisões corretas na condução do movimento.
Não podemos deixar de parabenizar aqui os bravos e valorosos funcionários do BB das agências 0070, Jardins, Grapíuna e Itajuípe, por este compromisso com a luta dos trabalhadores, por deixar acesa para que todo o Estado da Bahia pudesse vê, iluminada, brilhante e arrebatadora, a chama da esperança que move corações e mentes no combate por uma vida melhor, de respeito e solidariedade entre as pessoas.
Sobre a verdadeira derrotada nesta campanha salarial, a Artsind (Articulação Sindical), e seus asseclas no Comando Nacional dos Bancários, vale a pena reproduzir trechos de uma matéria publicada na página da internet do vermelho sobre a greve dos bancários, no último dia 05/10:
Bastidores do movimento
Se por um lado não há divisão, por outro há - como em todo movimento social - disputas políticas. É se utilizando destas disputas que a mídia tenta desmoralizar a greve.
Segundo informações de lideranças do movimento sindical dos bancários, a Articulação Sindical (ArtiSind-PT), corrente majoritária na Contraf, vêm enfrentando duras críticas pelo seu sindicalismo de resultados.
‘’A ArtiSind vem vivendo um momento complicado no movimento sindical. A CUT, que assim como a Contraf é majoritariamente dirigida por essa corrente, amargou a saída do PTSU, do P-SOl, e agora, mais recentemente, dos sindicalistas do PCdoB e do PSB que fundarão uma Central classista, disse Augusto Vasconcelos, membro da Corrente Sindical Classista (CSC), força motora da futura nova central.
Assim, torna imperioso, especialmente aos bancários do BB procurar compreender o que se está desenhando para o futuro do movimento sindical no Brasil, que implica no futuro da luta dos trabalhadores. Optar por alinhamento a qualquer governo que esteja no poder, independente da matiz ideológica é infantilidade e reducionismo político ou podemos dizer que é um oportunismo condenável, pois ainda prevalecem com todo vigor duas máximas importantes pregadas pelo velho Marx: “o que move as sociedades é a luta de classes”, portanto, “trabalhadores de todo o mundo: uni-vos”.
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