segunda-feira, 17 de março de 2008

Deputado Daniel Almeida saúda aprovação da TV pública


A aprovação pelo Senado da TV pública, na madrugada desta quarta-feira (12/3), representou uma vitória no caminho da democratização da mídia no Brasil. A opinião é do deputado federal Daniel Almeida (PCdoB/BA), ao comentar a aprovação da TV Brasil, após tentativas de adiamento da votação por parte da oposição conservadora e de setores da mídia da iniciativa privada. Caso não fosse aprovada no Senado até 21 de março, a TV Brasil,que iniciou o seu funcionamento provisoriamente no final do ano passado, não estaria legalizada.

Por: Julieta Palmeira e Rodrigo Rangel Jr.

Daniel Almeida rebateu os argumentos de que a TV Brasil seria a ´TV do Lula´. ´´Não tem consistência as acusações da oposição conservadora. A aprovação da TV pública é um avanço, é o início de um caminho a ser construído de uma TV com programação autônoma de governos, com participação nas decisões dos diversos segmentos sociais, que tenha um percentual de programação regional e outros itens da Carta de Brasília, aprovada por várias entidades´´, defendeu o deputado.

´´A mídia conservadora quer mandar´´

O diretor geral da RTVE/Bahia, o cineasta Pola Ribeiro, considera a atitude do governo federal de encaminhar a criação da TV pública para votação na Câmara Federal e no Senado uma ´generosidade política´. ´´São duas estruturas físicas de TV do Governo Federal (Radiobrás e a RTVE/Rio de Janeiro) que deixam de ser controladas pelo governo.

A mídia conservadora fala em ´TV do Lula´, porque ela quer mandar na televisão. Essas televisões (Radiobrás e RTVE/Rio) estavam totalmente sob controle do governo federal e o que se faz é tentar transformar essas televisões em públicas. Geridas por um conselho que tem a maioria da sociedade, produção independente e regionalizada´´, declarou.

Pola Ribeiro também defende que TV pública ainda está em construção e deve ter como base os princípios da Carta de Brasília. ´´Vamos buscar dar visibilidade a este Brasil invisível, dar voz as organizações sociais e a população brasileira que não têm participado da discussão sobre televisão. A TV está presente na casa de 95% das pessoas, mas elas não têm ainda a idéia de que estão sendo chamadas a discutir´´.

Para Ribeiro o debate sobre a comunicação de certa forma foi se restringindo para a TV pública, mas ao mesmo tempo criou subsídios para a realização de uma Cnferência Nacional de Comunicação.

O professor Jonicael Cedraz, do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC-BA) considerou que o resultado da votação pode ter a dimensão histórica de mudança dos rumos do rádio e televisão estatal para uma radiodifusão, que sem deixar de ser estatal, pratique sua real natureza pública. ´´Antes tarde do que nunca. O governo Lula começa a acertar os pontos com a maioria da sociedade brasileira ao propor que o Legislativo aprove e a sociedade partilhe de um modelo público de comunicação que, além da prática da livre produção social de conteúdos, permite que os brasileiros se construam como cidadãos e cidadãs´´, defende Cedraz.

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Charge de Sinfrônio para o Diário do Nordeste